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Foto:
Daiana Pasquim - Diário do Sudoeste
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01/02/2007
Projeto PAE apresenta resultados positivos
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Transformando aproximadamente 150 quilos de farinha de
trigo, 70 dúzias de ovos, 50 quilos de açúcar, 15 quilos de coco, e uma
infinidade de outros ingredientes todos os meses, em pães, bolachas,
cucas, salgados (pastel, coxinha, esfirra, etc), grostolis, palitinhos e
pizzas, as moradoras do Bairro Planalto, em Pato Branco, Joraci e
Jucelene Westphal, respectivamente mãe e filha, estão tirando mais que
um salário mínimo por mês cada, livre de despesas, trabalhando por meio
período. Toda a produção acontece na casa da filha Jucelene, que
empolgou-se com o negócio depois de ter feito um curso de Panificação e
Confeitaria do Programa do Auto Emprego (PAE), no ano passado. “A mãe já
fazia bolachas em casa e depois que eu fiz o curso, ela veio fazer
comigo”. Unidas, elas fabricam todas as tardes, de segunda-feira a
sábado, das 14h às 20h e não estão vencendo fazer para entregar. “A
prateleira vive vazia”, comentam, lembrando que pães e bolachas são
receitas diárias. O filho de Jucelene, Eduardo, hoje com um ano e
dois meses, tinha apenas seis meses quando ela iniciou o curso. “Eu
estava desempregada e o que aprendia lá, fazia aqui em casa. Quando cai a
noite, o pessoal começa a vir buscar. Nem precisa sair pra vender, uma
vizinha vai contando pra outra”, comemora Jucelene. Hoje elas já
contabilizam média de 50 clientes fixas. Ainda grávida de oito meses,
Jucelene concluiu um curso profissionalizante de Tecnologia em Gestão
Empreendedora através do Premen, o que ajuda muito na hora de escolher
produtos, fornecedores e gerenciar o negócio, somados ao conhecimento do
PAE. “No curso a gente aprendeu a comprar, vender, atender o cliente”,
lembra.
Organização Com oito meses de trabalho árduo,
comprandosempre a matéria prima à vista e mantendo um caixa mensal, elas
estão contando os dias para abrir uma panificadora e fábrica de
chocolate caseiro, num dos cômodos da frente da casa de Jucelene. Nesta
semana, receberam uma primeira visita da fiscalização e aguardam
orientações da Saúde e do Corpo de Bombeiros para adequar a sala do
negócio de alimentos. Elas já pesquisaram para dar entrada nos papéis e
estão escolhendo o nome fantasia. “Quando tiver registrado a gente pode
até pegar alguém para vender, porque o que a gente faz hoje, até amanhã
sai tudo”. Para conseguir priorizar a confecção dos alimentos, elas
aceitam pedidos pelo telefone: 3225 0265. Registrando o negócio, os
planos futuros é ter um carro para fazer entregas, o que vai levar ao
aumento de vendas; colocar o filho Eduardo na creche e trabalhar em
período integral. Aproveitando a aproximação da páscoa e a experiência
de dois anos fazendo chocolates, no espaço novo elas vão incrementar o
negócio de ovos de páscoa, que vendeu, em 2006, 300 quilos. A meta para
2007 é no mínimo, 500 quilos.
Dom para vendas Nem a tripla
jornada tira a disposição de Joraci, que arruma tempo para a panificação
mesmo trabalhando como zeladora em um hospital e como diarista em duas
residências. “Acho que para ser vendedora a pessoa já nasce com
aquilo. Eu vendo desde pequena. Já vendi muita roupa e também tomei
muito calote, mas a gente não pode pensar em abandonar o negócio por
causa de cinco maus clientes, tem que pensar nos 45 bons clientes que
tem”, conta animada. Joraci disse que ficou por um ano passando bolachas
numa máquina manual e com o crescimento do negócio, compraram um forno
elétrico e um cilindro. “Hoje em dia há tanta gente que reclama da vida,
mas há muito que fazer”, constata.
Projeto PAE Em dois anos, o
projeto PAE, que é oportunizado pela Prefeitura de Pato Branco através
da parceria das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e
Tecnológico; Ação Social e Cidadania; e Educação, Cultura, Esporte e
Lazer; com incentivos do Fórum de Desenvolvimento de Pato Branco; já
capacitou a 2.338 pato-branquenses, sendo 1.368 em 2006 e 970 em 2005.
Muita gente como a Jucelene que não tinha renda e hoje tem como iniciar
um negócio com as próprias mãos. A última formatura foi em 6 de
dezembro, quando 247 formandos de diversos bairros fizeram os cursos de
Auxiliar Administrativo; Corte e Costura (confecção infantil);
Marcenaria Artesanal; Panificação e Confeitaria (produtos caseiros);
Corte de Cabelo, Maquiagem e Química; Informática; e Montagem e
Manutenção de Computadores. A coordenadora do PAE, Cristina Hamera
disse que o lançamento do projeto em 2007 será no próximo dia 5 de
fevereiro, com abertura das matrículas e o início das aulas está
previsto para 5 de março. Haverá algumas reestruturações e incremento
nos cursos, que são gratuitos. “Com o projeto é visível a melhoria na
qualidade de vida, porque elas passam a ver a vida com olhos
diferentes, descortinam-se novas possibilidades de melhoria de vida
cultural, social e econômica”, salientou Cristina. O secretário
municipal de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Julio Lattmann
percebe que com o PAE, a cidade tem um programa de qualificação de
mão-de- obra, independente de mudanças na prefeitura. “É um recurso
extremamente bem aplicado pelo município em parceria com o Fórum de
Desenvolvimento. A meta para 2007/08 é diminuir a participação de
recursos municipais e buscar no governo Federal para bancar o projeto e
aumentar os cursos”, adiantou Lattmann.
Fonte Diário do Sudoeste |
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