quinta-feira, 25 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Programa Auto Emprego - Projeto PAE


Fonte: http://www.patobranco.pr.gov.br/noticias.aspx?id=98
Foto: Daiana Pasquim - Diário do Sudoeste

01/02/2007
Projeto PAE apresenta resultados positivos
Transformando aproximadamente 150 quilos de farinha de trigo, 70 dúzias de ovos, 50 quilos de açúcar, 15 quilos de coco, e uma infinidade de outros ingredientes todos os meses, em pães, bolachas, cucas, salgados (pastel, coxinha, esfirra, etc), grostolis, palitinhos e pizzas, as moradoras do Bairro Planalto, em Pato Branco, Joraci e Jucelene Westphal, respectivamente mãe e filha, estão tirando mais que um salário mínimo por mês cada, livre de despesas, trabalhando por meio período.
Toda a produção acontece na casa da filha Jucelene, que empolgou-se com o negócio depois de ter feito um curso de Panificação e Confeitaria do Programa do Auto Emprego (PAE), no ano passado. “A mãe já fazia bolachas em casa e depois que eu fiz o curso, ela veio fazer comigo”. Unidas, elas fabricam todas as tardes, de segunda-feira a sábado, das 14h às 20h e não estão vencendo fazer para entregar. “A prateleira vive vazia”, comentam, lembrando que pães e bolachas são receitas diárias.
O filho de Jucelene, Eduardo, hoje com um ano e dois meses, tinha apenas seis meses quando ela iniciou o curso. “Eu estava desempregada e o que aprendia lá, fazia aqui em casa. Quando cai a noite, o pessoal começa a vir buscar. Nem precisa sair pra vender, uma vizinha vai contando pra outra”, comemora Jucelene. Hoje elas já contabilizam média de 50 clientes fixas. Ainda grávida de oito meses, Jucelene concluiu um curso profissionalizante de Tecnologia em Gestão Empreendedora através do Premen, o que ajuda muito na hora de escolher produtos, fornecedores e gerenciar o negócio, somados ao conhecimento do PAE. “No curso a gente aprendeu a comprar, vender, atender o cliente”, lembra.

Organização
Com oito meses de trabalho árduo, comprandosempre a matéria prima à vista e mantendo um caixa mensal, elas estão contando os dias para abrir uma panificadora e fábrica de chocolate caseiro, num dos cômodos da frente da casa de Jucelene. Nesta semana, receberam uma primeira visita da fiscalização e aguardam orientações da Saúde e do Corpo de Bombeiros para adequar a sala do negócio de alimentos. Elas já pesquisaram para dar entrada nos papéis e estão escolhendo o nome fantasia. “Quando tiver registrado a gente pode até pegar alguém para vender, porque o que a gente faz hoje, até amanhã sai tudo”. Para conseguir priorizar a confecção dos alimentos, elas aceitam pedidos pelo telefone: 3225 0265.
Registrando o negócio, os planos futuros é ter um carro para fazer entregas, o que vai levar ao aumento de vendas; colocar o filho Eduardo na creche e trabalhar em período integral. Aproveitando a aproximação da páscoa e a experiência de dois anos fazendo chocolates, no espaço novo elas vão incrementar o negócio de ovos de páscoa, que vendeu, em 2006, 300 quilos. A meta para 2007 é no mínimo, 500 quilos.

Dom para vendas
Nem a tripla jornada tira a disposição de Joraci, que arruma tempo para a panificação mesmo trabalhando como zeladora em um hospital e como diarista em duas residências.
“Acho que para ser vendedora a pessoa já nasce com aquilo. Eu vendo desde pequena. Já vendi muita roupa e também tomei muito calote, mas a gente não pode pensar em abandonar o negócio por causa de cinco maus clientes, tem que pensar nos 45 bons clientes que tem”, conta animada. Joraci disse que ficou por um ano passando bolachas numa máquina manual e com o crescimento do negócio, compraram um forno elétrico e um cilindro. “Hoje em dia há tanta gente que reclama da vida, mas há muito que fazer”, constata.

Projeto PAE
Em dois anos, o projeto PAE, que é oportunizado pela Prefeitura de Pato Branco através da parceria das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico; Ação Social e Cidadania; e Educação, Cultura, Esporte e Lazer; com incentivos do Fórum de Desenvolvimento de Pato Branco; já capacitou a 2.338 pato-branquenses, sendo 1.368 em 2006 e 970 em 2005. Muita gente como a Jucelene que não tinha renda e hoje tem como iniciar um negócio com as próprias mãos.
A última formatura foi em 6 de dezembro, quando 247 formandos de diversos bairros fizeram os cursos de Auxiliar Administrativo; Corte e Costura (confecção infantil); Marcenaria Artesanal; Panificação e Confeitaria (produtos caseiros); Corte de Cabelo, Maquiagem e Química; Informática; e Montagem e Manutenção de Computadores.
A coordenadora do PAE, Cristina Hamera disse que o lançamento do projeto em 2007 será no próximo dia 5 de fevereiro, com abertura das matrículas e o início das aulas está previsto para 5 de março. Haverá algumas reestruturações e incremento nos cursos, que são gratuitos.
“Com o projeto é visível a melhoria na qualidade de vida, porque elas passam a ver a vida com olhos diferentes, descortinam-se novas possibilidades de melhoria de vida cultural, social e econômica”, salientou Cristina. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Julio Lattmann percebe que com o PAE, a cidade tem um programa de qualificação de mão-de- obra, independente de mudanças na prefeitura. “É um recurso extremamente bem aplicado pelo município em parceria com o Fórum de Desenvolvimento. A meta para 2007/08 é diminuir a participação de recursos municipais e buscar no governo Federal para bancar o projeto e aumentar os cursos”, adiantou Lattmann.


Fonte Diário do Sudoeste