1) Em
relação ao livro de Processos Administrativos, explique:
a) O que são
Processos e quais os três tipos de Interdependência de fundo comum (visão
tradicional); Interdependência de fundo sequêncial (visão contemporânea);
Interdependência de fundo recíproca (visão inovadora).
Cruz (2000), faz uma definição
voltada para o cliente externo e para a qualidade. Processo é a forma pela qual
um conjunto de atividades cria, trabalha ou transforma insumos com o objetivo
de produzir bens ou serviços, com garantia de qualidade aos clientes.
Harrington (apud VILLELA,
2000, p.42), é mais abrangente, afirma que processo define-se como “um grupo de
tarefas interligadas que utilizam os recursos da organização para gerar
resultados definidos, `apoiar seus objetivos.”
Rummler e Brache (1994, p. 55)
definem processo como “uma série de etapas criadas para produzir um bem ou
serviço”.
Processos podem executar
apenas uma função, mas na maioria tendem a assumir características
interfuncionais.
Apresentam três tipos de processos:
>>CLIENTES: voltados para
a oferta de bens ou serviço contratados por clientes externos.
>>ADMINISTRATIVOS: apesar
de não serem visíveis para os clientes externos, são essenciais para as
operações e gerenciamento do empreendimento.
>>GERENCIAMENTO: são de
responsabilidade dos gestores, auxiliam na tomada de decisões e assim, na
operacionalização da organização.
As definições são múltiplas e
alguns elementos específicos estão presentes na maioria delas. Podemos definir
processos como quaisquer contextos de atividades capazes de receber entradas,
realizar algum tipo de transformação e gerar saída, para retornarem na forma de
bens ou serviços, ou novos elementos de entrada para outras atividades
subseqüentes. Podemos aproximar o conceito de processos e sua aplicabilidade na
gestão pública municipal, onde a oferta de serviços é a principal condição para
existir e funcionar a “máquina pública”.
A problemática da necessidade
de se executar processos na esfera da Gestão Pública, quando se trata de
serviços de saúde ofertados aos municípios, pode ampliar a visão sobre este
tema. Efetivar estas ações, requer esforço por parte dos gestores, para
disponibilizar através de uma rede, com unidades de atendimento, de portes
variados, a realização de procedimentos ambulatoriais especializados e
cirúrgicos, continuamente, à população local e outras onde o nível de
atendimento é precário ou inexiste.
Robbins (1981, p. 73): “um
modelo é uma abstração da realidade. É uma representação simplificada de algum
fenômeno do mundo real”.
Podemos fazer um desenho,
destacando os componentes de entrada, transformação e saída correspondentes ao
atendimento de saúde pública municipal.
Os modelos mais usados são os
normativos e descritivos. Robins (1981): Normativos>> buscam determinar
com precisão ações capazes de produzir soluções vistas como ideais. Os descritivos procuram descrever como as
atividades ocorrem, apresentando características de adequação às especificações
de cada organização.
Interdependência
de Fundo Comum (Visão Tradicional): agrega pouco valor à orientação por processos,
(teoricamente) está verticalizada, o que não favorece a obtenção/ampliação de
visibilidade dinâmica da organização como um todo. Ë centralizadora e considera
apenas aspectos internos de cada unidade, enquanto uma organização é algo bem
maior e mais complexo.
Adota o modelo de gestão “top
down” (do topo para a base), pirâmide organizacional. Distancia-se das boas
práticas de gestão, privilegia decisões unilaterais e não apresenta
flexibilidade.
Interdependência
de Fundo Seqüencial (Visão Contemporânea): é seqüencial, de caráter
horizontal, fornecendo dados e informações, que favorecem a sequência dos
processos, porém com falta de reciprocidade entre eles. Aponta a direção para a
sequência de atividades a serem executadas, mas sem a necessidade de ajustes em
sentido contrário, que precisam ser considerados, para fortalecer o processo
como um todo.
As organizações precisam
interagir, levar ao STADs – sistemas de trabalho de alto desempenho - uma arquitetura organizacional que reúne
trabalho, pessoas, tecnologia e informações, otimizando a adequação entre elas,
melhorando o desempenho, as demandas e as respostas às exigências dos clientes.
Interdependência
de fundo recíproca (visão inovadora): é uma resposta inovadora, favorece o
desenvolvimento de novas possibilidades de orientação por processo, com
relacionamentos colaborativos e harmoniosos, hierarquia horizontal, favorecendo
a reciprocidade e agilidade na troca de informações importantes entre os indivíduos.
Podemos concluir que as formas
mais tradicionais de estruturação, ainda predominam nas organizações públicas,
distanciando-se (teoricamente) de
avanços expressivos voltados às orientações por processos.
b) Diferencie os
Parâmetros para mapeamento de processos.
São cinco as configurações básicas,
para composição estrutural. Mintzberg, (1995, p. 17): “as organizações são
estruturadas para apreender e dirigir sistemas de fluxos e determinar
interrelacionamentos das diferentes partes”.
Os elementos magnitude, complexidade e especificidades de cada
organização, tendem a redirecionar processos de estruturação, que, mesmo com características dos modelos
tradicionais, conjugam com a análise
destes elementos.
O crescimento organizacional,
associado à sua maturidade, é um elemento valioso nesse contexto – ampliação,
atividades paralelas de planejamento e controle – levam à mudanças em suas
estruturas. Mintzberg (1995) relacionou cinco componentes:
>>a cúpula
estratégica, também conhecida como ápice estratégico;
>>a
tecnoestrutura;
>>a
assessoria de apoio;
>>a linha
intermediária; e
>>o núcleo
operacional.
Cúpula
estratégica é o local da organização onde se concentram todas as pessoas
responsáveis pela gestão: presidentes, vice-presidentes, diretores e superintendentes.
É responsável pela eficiência e responsabilidade dos que fazem o controle da
organização. A gestão Pública Municipal,
compõem os Conselhos Municipais, como
agentes vetorizadores/fiscalizadores do cumprimento de políticas e seus
impactos na comunidade e na sociedade.
Tecnoestrutura: analistas e seu
“staff” (ações que visem o assessoramento operacional) atuando tecnicamente e
como suporte às tarefas de responsabilidade de outros profissionais. Torna o
trabalho destes profissionais mais eficaz. Fazem parte, analistas responsáveis pela adaptação e mudança organizacional,
para ajustá-las às transformações do ambiente e analistas
de controle, que buscam elementos para padronizar modelos de atividades
organizacionais.
Assessorias
de apoio: Mintzberg (1995, p. 24): “Uma vista de olhos no organograma de
qualquer organização contemporânea de porte
variado pode revelar numerosas unidades
todas especializadas, que foram criadas com o fim de dar apoio à
organização fora do seu fluxo de trabalho operacional, as quais compõem a
Assessoria de Apoio.”
Linha
Intermediária: é a cadeia gerencial que liga o ápice estratégico ao núcleo
operacional, envolve desde o nível gerencial mais alto até a linha de
supervisão das operações. A amplitude de
controle deve ser observada para distinguir o tamanho das organizações e
determinar a necessidade de esforços necessários para cada caso.
Núcleo
Operacional: formado pelas equipes operatórias que realiza o trabalho básico
relacionado com a oferta de bens e serviços prestados pela organização,
envolvendo quatro ações básicas: entrada para alimentar o processo de
transformação; transformam-nas em saída; distribuem-nas e oferecem suporte
direto para a realização dessa sequência.
Estas cinco configurações
básicas, são diariamente utilizadas pelas organizações através dos fluxos
(Mintzberg, 1995): da autoridade formal, de atividades regulamentadas, relações
e comunicações informais, de constelações de trabalho(alianças e agrupamentos)
e voltado para o processo decisório específico (tomada de decisão).
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